Muito se critica o Fluminense por não tratar os clássicos recentes com o peso que eles têm. Há uma sensação de soberba, como se os jogadores achassem que tratava-se de uma partida qualquer. Isso não aconteceu neste sábado. O Fluminense venceu o Vasco por 2 a 1 porque, mais do que conseguir jogar bem e explorar as fragilidades do adversário, entrou em campo disposto a competir. O futebol premiou quem mereceu. Mesmo que o golaço de Guga não tivesse saído, o Fluminense mereceria elogios pela forma como tratou o jogo. A atuação, seja ela técnica e mental, merece elogios. Mesmo sofrendo o gol no primeiro tempo e sendo provocado, o Tricolor não fugiu do seu plano tático, soube guerrear contra um também valente Vasco e conseguiu a virada. A gana vista hoje é a mesma que parecia faltar em outros clássicos.

O golaço de Guga também premiou o próprio lateral-direito, que desde o início entendeu o momento vivido. Ao confrontar Rayan, que provocou a torcida do Fluminense, mostrou que não era mais um alheio ao cenário ao qual estava inserido. Se não marcasse, Guga já seria um dos melhores em campo. Com o gol, simbolizou um Fluminense que os torcedores querem ver em campo.
Por fim, é preciso elogiar o técnico Renato Gaúcho. Se foi mal contra o Juventude, as suas escolhas contra o Vasco foram perfeitas. Sem Ganso, preencher o meio-campo com Lima trouxe velocidade e intensidade para sufocar o adversário na defesa. No segundo tempo, quando o jogo seguiu físico, deu chance ao talento e ganhou na qualidade. A entrada de Renê para conter Rayan também foi bem executada.
Com a vitória, o Fluminense sobe para a quinta colocação, com 17 pontos. Além disso, espanta uma sequência ruim de clássicos recentes — apesar de, diante do Vasco, os números serem positivos. Mas a lição que fica é: ganhando ou perdendo, a garra vista no Maracanã é a que o torcedor tricolor espera. Seja contra o Vasco ou contra o Borussia Dortmund.