Criada em 1961 para servir de braço humanitário do governo norte-americano, a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) acabou se tornando uma das maiores financiadoras de políticas “progressistas” no mundo.
Todos os anos, a instituição distribuía bilhões de dólares a entidades internacionais. Uma parte ia para iniciativas de combate à fome, tratamento de doenças, distribuição de vacinas e envio de mantimentos a países em conflito. Outra parte era destinada a organizações não governamentais (ONGs) que promoviam pautas de esquerda. Inclusive no Brasil.
A lista de órgãos brasileiros que já receberam dólares do governo norte-americano por meio da Usaid vai desde entidades privadas sem fins lucrativos a instituições públicas. Alguns desses órgãos, sobretudo ONGs ambientalistas, têm histórico de militância política.
Na terça-feira 4, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou o fechamento da agência. A decisão impactará diretamente o caixa dessas iniciativas brasileiras, podendo até mesmo enfraquecer, ao menos temporariamente, o lobby esquerdista no país.
Não é possível enumerar, a partir das fontes públicas disponíveis atualmente, todas as instituições brasileiras que receberam apoio da Usaid. Muitos dos financiamentos eram realizados por meio de parcerias indiretas ou de subcontratações, o que torna os dados oficiais dispersos.
Por isso, Oeste lista somente alguns exemplos de entidades cujo financiamento da Usaid foi publicamente divulgado. A reportagem também optou por mencionar apenas as ONGs com algum tipo de envolvimento, direto ou indireto, com pautas ideológicas.
Em maio de 2024, a Usaid anunciou um investimento de US$ 17,8 milhões para um projeto de conservação da Amazônia envolvendo organizações brasileiras como o Instituto Socioambiental (ISA), o Instituto Sociedade População e Natureza (ISPN) e o Instituto Ouro Verde (IOV).
Durante o governo de Jair Bolsonaro, o ISA promoveu uma campanha contra as políticas de meio ambiente. De 2019 a 2022, a organização publicava em seu site, rotineiramente, textos críticos à gestão dele, além de participar de reuniões, encontros e protestos contra o então presidente brasileiro.
A WWF Brasil recebeu cerca de US$ 4 milhões para um projeto de apoio a comunidades da bacia hidrográfica do Rio Tapajós.
Em 2022, a ONG fez parte de uma iniciativa, junto com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), para apresentar uma denúncia contra Bolsonaro na Organização das Nações Unidas (ONU) por “destruição do meio ambiente e violações a direitos humanos”.
A ISA também participou dessa articulação, assim como a Conecta Direitos Humanos e o Observatório do Clima. Este último, que se apresenta oficialmente como uma “rede brasileira de articulação sobre as mudanças climáticas globais”, foi criado depois de uma reunião anual da Usaid no Pará, em 2001, de acordo com o próprio site da instituição.