Os Estados Unidos excluíram várias das principais exportações brasileiras da tarifa de 50% que o presidente norte-americano, Donald Trump, impôs ao país ao assinar decreto nesta quarta-feira, incluindo suco de laranja, café, algumas aeronaves, celulose e produtos de energia, elevando as ações da fabricante de aviões Embraer e da fabricante de celulose Suzano.
Em comunicado publicado nesta quarta-feira, o governo dos EUA vinculou as tarifas ao processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está sendo julgado sob a acusação de planejar um golpe para anular sua derrota eleitoral em 2022.
Ainda assim, o decreto excluiu dezenas de exportações brasileiras importantes para os Estados Unidos. Entre as principais preocupações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva estavam as aeronaves produzidas pela Embraer, que exporta 45% de suas aeronaves comerciais e 70% de seus jatos executivos para os EUA.
Os analistas também alertaram sobre um possível impacto grave sobre a Suzano, uma das maiores produtoras de celulose do mundo.
As ações da Embraer subiram 11% e as da Suzano ganharam mais de 1% nas negociações da tarde.
O decreto veio no momento em que os EUA anunciaram sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do processo em que Bolsonaro é réu, acusando Moraes de autorizar prisões arbitrárias antes do julgamento e suprimir a liberdade de expressão.
(Reportagem de Gabriel Araujo, em São Paulo; Ismail Shakil, em Ottawa, e Kanishka Singh, em Washington)