Símbolo de distinção e prestígio, o tapete vermelho tem uma trajetória milenar que começa séculos antes dos flashes e das premiações em Hollywood. A origem do costume remonta à Grécia Antiga, mais especificamente ao ano de 458 a.C., quando o dramaturgo Ésquilo encenou a peça Agamêmnon.
Na trama, o herói é recebido com um luxuoso tapete vermelho após retornar vitorioso da Guerra de Troia — uma honraria associada aos deuses gregos, os únicos, até então, considerados dignos de caminhar sobre tal superfície.
O vermelho como sinônimo de qualidades
O professor Wesley Espinosa Santana, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, explica que, para os gregos, a cor vermelha estava ligada à força, coragem e nobreza.
“Homens como Agamêmnon só poderiam pisar no tapete vermelho dos deuses quando ultrapassassem os próprios limites humanos”, afirma o historiador.

No Egito Antigo, o vermelho também tinha forte carga simbólica — ora representando vitalidade e poder, ora associado ao caos, na figura do deus Seth, que simbolizava destruição e desordem.
Por outro lado, adornos e bandeiras com essa cor eram comuns em palácios e cerimônias oficiais, reforçando sua ambiguidade simbólica.
Com o tempo, a tradição se espalhou pelo mundo, mantendo sua ligação com a elite, o poder e o sagrado.
Outros significados do vermelho
Na Índia, por exemplo, o vermelho é uma cor central no hinduísmo, associada a novos começos, fertilidade e poder espiritual — sendo presença obrigatória em casamentos e festivais religiosos.
Já na Europa, reis e rainhas percorriam tapetes vermelhos em eventos oficiais, prática que atravessou os séculos como um símbolo de nobreza. Hoje o evento mais glamuroso do planeta é sem dúvida o OSCAR.
