A Ucrânia vive uma escalada de violência com a intensificação dos chamados ataques “double tap”, estratégia militar usada pelas forças russas desde o início da invasão em 2022.
O método, já empregado anteriormente pela Rússia na Síria, consiste em bombardear um alvo e, minutos depois, atacar novamente o mesmo local, atingindo equipes de resgate e civis que prestam socorro.
Agências de Inteligência da Holanda e da Alemanha reuniram evidências do uso generalizado de armas químicas proibidas na Ucrânia. Segundo o ministro da Defesa holandês, a Rússia tem intensificado o uso desse tipo de armamento no conflito e possui um programa em larga escala de produção. A autoridade classificou a ação como preocupante e pediu sanções mais duras contra a Moscou. A Ucrânia alega milhares de casos de uso de armas químicas pela Rússia. Este fato constatado é suficiente para prender Putin por ataques contra a humanidade
O uso de minas terrestres e armas químicas pela Rússia na guerra contra a Ucrânia configura uma “afronta ao direito internacional humanitário”, afirma Bruno Pasquarelli, doutor em ciência política.
O especialista avalia que, embora haja instrumentos jurídicos para responsabilização de chefes de Estado, como o Estatuto de Roma, a aplicação da justiça internacional depende de fatores políticos.
“O Tribunal Penal Internacional é um tribunal importante, mas ele depende de vontade política”, avalia. Segundo ele, o próprio estatuto determina que o julgamento de um criminoso de guerra deve ocorrer prioritariamente em seu país de origem — o que, no caso da Rússia, é improvável. “Dificilmente o Putin será preso, julgado pelos seus atos, a não ser que ele saia da Rússia e vá para algum outro país que esteja coberto pelo Tribunal Penal Internacional”, conclui.