Após meses de negociações para uma possível fusão com PSD ou MDB, o PSDB decidiu seguir outro caminho. Segundo o presidente da sigla, Marconi Perillo, os tucanos descartaram a união com as legendas de Gilberto Kassab e Baleia Rossi e agora trabalham para se fundir com dois partidos menores: Podemos e Solidariedade.
A decisão visa evitar a extinção do partido e preservar sua identidade programática. Segundo a cúpula tucana, uma fusão com PSD ou MDB poderia tornar o PSDB subordinado a essas legendas, o que foi visto como um risco.
“O partido caminha nesta direção, de fazer fusão com partidos menores, para mantermos nosso programa, nossa história. A direção é essa. É o que a base quer e vamos fazer”, afirmou Perillo.
Divisões internas e crise de representatividade
A possibilidade de fusão com PSD ou MDB gerou divergências dentro do partido, especialmente nos estados. O empasse principal estava em Minas Gerais, onde Aécio Neves, um dos principais expoentes do partido, temia perder espaço político para o senador Rodrigo Pacheco, que já mostrou interesses em galgar postos mais altos no Executivo estadual.
Desde a derrota presidencial de Geraldo Alckmin em 2018, quando obteve apenas 4,76% dos votos, o PSDB vem perdendo espaço no cenário político. João Doria tentou reposicionar o partido, mas sua tentativa de aproximação com Jair Bolsonaro (PL) e o recuo posterior durante a pandemia geraram mais desgaste interno.
O enfraquecimento tucano também ficou evidente nas eleições municipais. Em 2020, a sigla perdeu dezenas de prefeituras pelo País e, em 2024, pela primeira vez desde 1988, não conseguiu eleger prefeitos em capitais. Atualmente, o PSDB tem apenas 11 deputados, três senadores e três governadores.