O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajou à China em agenda internacional no início da semana, com anúncio de acordos bilionários envolvendo os dois países. Uma das discussões girou em torno da Ferrovia Bioceânica, um projeto de ferrovia que liga Brasil e Peru – e é do interesse chinês.
O que sabemos sobre a Ferrovia Bioceânica
As discussões sobre um projeto de ferrovia entre Brasil e Peru envolvendo a China não são novidade. Em 2014, a ex-presidente Dilma Rousseff acertou uma parceria com os governos peruano e chinês para o financiamento de estudos sobre o trecho. O assunto voltou à tona na viagem presidencial de Lula, nesta semana.
A Ferrovia Bioceânica vai ligar Ilhéus, na Bahia, ao megaporto de Chancay, no Peru, passando por regiões importantes para o agronegócio brasileiro (como o Matopiba, áreas de fronteira entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
O porto peruano recebeu investimentos bilionários da estatal chinesa Cosco Shipping, mas, para ganhar escala e mais oportunidades na América Latina, precisa da conexão com território brasileiro. No geral, o projeto vai fornecer uma rota de entrada e saída de produtos pelo Oceano Pacífico, com ligação para a China.
Segundo o Ministério do Planejamento e Orçamento, que está desenhando as rotas da ferrovia no Brasil, o traçado ainda não foi definido, mas deve se conectar com outras vias importantes. Por exemplo, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), atualmente em execução, e a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), unindo-as ao Peru.

Ministra destacou potencial da parceria entre China e Brasil no projeto
Simone Tebet, que comanda a pasta, destacou que o projeto “representa uma evolução” e que, se for concretizado, transformará “todo o cenário econômico do Brasil”. Ainda, segundo ela, a ferrovia levará desenvolvimento a uma região rica por conta do agronegócio, mas que ainda não tem infraestrutura adequada. Em que pé está o projeto?
Tebet afirmou que os chineses ainda estão estudando o projeto e que a ideia é ter uma resposta até a visita de Xi Jinping ao Rio de Janeiro, na Cúpula dos Brics, na primeira semana de julho;
O Ministério escreveu que “projetos ferroviários tendem a ser dispendiosos e demoram para ser concluídos, uma vez que envolvem diversas etapas”;

Além disso, a pasta destacou a importância de capital estrangeiro (nesse caso, da China) em um projeto dessa magnitude. A estatal chinesa China State Railway Group está envolvida nas negociações;
Dilma, presidente do Bric´s afirmou que Xi-Jinping já aprovou o projeto.