O governo federal anunciou nesta terça-feira (1°) o Plano Safra 2025/26 voltado à agropecuária empresarial, com volume recorde de R$ 516,2 bilhões. O montante representa alta nominal de 1,5% frente aos R$ 508,6 bilhões do ciclo anterior. No entanto, descontada a inflação acumulada de 5,32% desde o último anúncio, não há ganho real. “Mesmo com todas as dificuldades, entregamos o maior Plano Safra da história. Fizemos um esforço enorme para preservar o acesso ao crédito, estimular a produção e aquecer a economia. Esse volume de recursos vai impulsionar uma supersafra e garantir o abastecimento de alimentos no mercado interno”, afirmou o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, durante o lançamento do programa, em Brasília.
Os recursos para custeio e comercialização cresceram de R$ 401,3 bilhões para R$ 414,7 bilhões, refletindo o foco em linhas de curto prazo, diante de juros elevados. Já os investimentos recuaram de R$ 107,3 bilhões para R$ 101,5 bilhões, em meio à cautela dos produtores rurais.
As taxas de juros também subiram, acompanhando a alta da Selic de 10,5% no lançamento do Plano Safra passado para os atuais 15% ao ano. Para custeio, médios produtores terão juros de 10%, enquanto demais produtores pagarão 14%. No caso dos investimentos, as taxas variam entre 8,5% e 13,5% ao ano.
Pedro Estevão, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), avaliou que, mesmo com o esforço para conter aumentos, as condições continuam desafiadoras. “O Plano Safra agora tentou minimizar esse problema. O Moderfrota subiu de 11,5% para 13,5%, um aumento de 2 pontos percentuais. É um juro alto, mas ainda mais barato que os 20% a 22% do mercado. Mesmo assim, muito agricultor vai esperar para comprar máquina ou comprar à vista”, disse.