Os preços do petróleo sobem quase 2% nesta segunda-feira (23), diante do risco de bloqueio do Estreito de Ormuz pelo Irã. No domingo, o Parlamento iraniano aprovou o fechamento da rota marítima, considerada a mais importante do mundo para o transporte da commodity.
A medida ainda precisa do aval do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do aiatolá Khamenei. Mesmo assim, a possibilidade de bloqueio já gera preocupação com a oferta global da commodity, pressionando os preços para cima.

Veja a variação nos preços nesta segunda por volta das 6h:
- ▶️ O barril tipo Brent (referência global) subia 0,12%%, cotado a US$ 75,57.
- ▶️ O petróleo WTI (referência nos EUA) avançava 0,11%, cotado a US$ 73,88.
O fechamento de Ormuz é visto como uma retaliação do governo iraniano aos ataques dos Estados Unidos contra três instalações nucleares no país, que marcaram a entrada dos norte-americanos na guerra entre Irã e Israel. A ofensiva representou uma nova escalada no conflito no Oriente Médio.
O estreito é responsável pelo fluxo de cerca de 20% de todo o petróleo comercializado globalmente. Além disso, a via marítima é crucial para o transporte de gás natural liquefeito (GNL), com iguais 20% do comércio mundial.
O fechamento da rota pode afetar a oferta da commodity no mercado global, fazendo o preço do barril de petróleo disparar ainda mais.
Para o economista André Perfeito, os preços do petróleo podem subir, incialmente, cerca de 20% em caso de fechamento do Estreito de Ormuz, chegando a uma cotação próxima de US$ 92 o barril.
Segundo ele, os preços devem disparar ainda mais caso o conflito se estenda ao longo dos próximos dias. Nesse caso, o economista estima que o barril poderá avançar até 40%, acima de US$ 110. Seria um nível próximo ao pico de 2022, quando se intensificaram os conflitos entre Rússia e Ucrânia.
No início do conflito entre Israel e Irã, analistas do JPMorgan chegaram a afirmar que, no pior cenário, o fechamento do estreito ou uma retaliação por parte dos principais produtores de petróleo da região poderia elevar os preços para a faixa de US$ 120 a US$ 130 por barril.