Pedro Poty, o indígena que morreu por não negar a Cristo.

Curiosidades

Potiguar da Baía da Traição, Pedro Poty foi um dos indígenas embarcados na esquadra de Hendrikson para a Holanda, onde foi educado pelo Estado Holandês desempenhando, mais tarde, um importante papel na dominação holandesa no território brasileiro.
Ocorreu pelos anos 1510 – 1530, período em que Martim Lutero fundou a igreja protestante que rapidamente se propagou pela Europa. Pedro Poty tem uma história pouco conhecida pela historiografia brasileira, apesar de sua vida estar intimamente ligada com nossa história, e por incrível que pareça tudo a ver com os antepassados teresinenses.
Por volta de 1510, algumas jovens do povo Potiguar acenaram para a embarcação de Gonçalo Coelho e, então, eles enviaram quatro dos seus marinheiros para barganhar com aquelas moças bonitas. Enquanto os quatro estavam naquela Baía, seus companheiros assistiram, de lá da embarcação, a terrível cena deles sendo apunhalados pelas costas a pauladas na praia. Os quatro portugueses foram “assados e devorados”, escreveu Américo Vespúcio em sua carta a Manuel I, Rei de Portugal. Américo Vespúcio chamou Akaîutebiró de “Baía da Traição”. O que Gonçalo Coelho não sabia era que os Potiguar já faziam parte de uma aliança franco-indígena contra os portugueses invasores.
O povo Potiguar se espalhava desde Pernambuco até o Maranhão e segundo os mais estudiosos, as caravanas de comerciantes indígenas percorriam duas rotas, pelo litoral, tendo o hoje Rio Grande do Norte, Serra da Ibiapaba, Teresina e Caxias para pousar. Mas foi nas margens do encontro dos rios Parnaíba e Poty onde se encontravam e descansavam mais demoradamente, onde nasceu o famoso Pedro Poty. Por meio de alianças, primeiramente, com os franceses, depois, com os holandeses, o povo Potiguar também fez forte oposição às invasões portuguesas. E é no contexto do Brasil Holandês que surge a história do valente Pedro Poti, Governador dos índios Potyguares.
Pedro Poti, cujo nome indígena era Itaque, viu seu povo ser massacrado pelos portugueses, que não aceitaram a hospitalidade Potiguara oferecida aos holandeses.
Poty foi levado para a Holanda e catequisado pela religião protestante, recém implantada por Lutero. Sua fidelidade o levou a se tornar um líder indígena evangélico, defensor ideológico e combatente dos católicos portugueses. Voltando para o Brasil convertido, antagônico ao sistema da época, se tornou inimigo de Felipe Camarão seu primo, que iniciou uma guerra a favor dos reis portugueses. Certo dia, prenderam o Poty que embarcado numa nave para a corte, nunca chegou na corte, mas teria deixado uma carta relatando sua trajetória e seu desfecho, jogado nas águas do Atlântico virou mártir por não aceitar se converter à religião comandada pelo Vaticano. O Teresinense deveria ter orgulho de ter tido como fundadores da Vila do Poty (hoje Poty Velho) pescadores índios evangélicos, tementes a Deus.

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