No dia em que dois nordestinos foram consagrados “Heróis da Resistência”.

Curiosidades

No dia 23 de janeiro de 1945, nas proximidades de Precaria, três soldados brasileiros enfrentaram a morte com bravura. Os soldados eram Cabo José Graciliano Carneiro da Silva, de Recife (Pernambuco), Clóvis da Cunha Paz, de Assaré (Ceará) e Aristides José da Silva, de Leopoldina (Minas Gerais). Durante uma patrulha, esses heróis avançaram contra o inimigo, sem saber que os alemães haviam recuado para uma posição mais protegida. Acabaram mortos em combate, e seus corpos foram enterrados pelos alemães com uma inscrição na sepultura que os reconhecia como “Três Bravos. Brasil”.

Essa inscrição foi mal interpretada ao longo dos anos. Alguns traduziram erroneamente como “Três Heróis Brasileiros”, criando o mito dos “Três Heróis de Montese”, quando, na verdade, os soldados estavam identificados como bravos combatentes.

Um mito que envolve três supostos heróis da Força Expedicionária Brasileira (FEB), conhecidos como os “Três Heróis de Montese” permanece vivo até hoje. De acordo com a história popular, Geraldo Rodrigues de Souza, Arlindo Lúcio da Silva e Geraldo Baeta da Cruz, três mineiros do 11º Regimento de Infantaria, teriam se perdido durante a batalha de Montese e se destacado heroicamente.

Desvendando o Mito do Três Heróis de Montese

A confusão começou quando, na sepultura improvisada pelos alemães, eles escreveram apenas “Brasil”, que era a insígnia no uniforme dos soldados brasileiros. O termo “Brasil” teve uma interpretação equivocada como “Brasilien” (Brasil em alemão), e a expressão “Drei Brasilianische Helden” (Três Heróis Brasileiros) começou a circular, alimentando o mito.

No entanto, a confirmação do Exército Brasileiro em 2024 e estudos como os do autor Gentil Palhares demonstram que os três soldados de Montese, embora heroicos, não se encaixam nessa narrativa. O mito dos três heróis foi fruto de uma tradução incorreta e de uma tentativa de romantizar o evento.

Em suma, nunca é tarde para reconhecer que a história não é completamente falsa. E que dois nordestinos foram enterrados com distinção pelo exército alemão. Vale frisar que em pleno campo de batalha as companhias não tinham tempo de sobra para cuidar de enterrar os inimigos. E que a atitude do exército alemão indica sim um ato heroico dos brasileiros que perderam a vida lutando com um contingente muito maior.

E a história por trás dessa homenagem envolve um cerco aos três, que culminou em um momento de bravura onde o trio partiu para cima do exército alemão mesmo com uma desvantagem crucial. O resultado é o reconhecimento à atitude do brasileiros com a inscrição ‘Bravos’ na homenagem póstuma.

Os ‘bravos’ soldados que realmente receberam homenagem do Exército Alemão

NomeOrigemData do EventoLocal do Combate
José Graciliano CarneiroRecife, Pernambuco23 de janeiro de 1945Precária, Conjunto Montanhoso do Sobraçaço
Clóvis da Cunha PazAssaré, Ceará23 de janeiro de 1945Precária, Conjunto Montanhoso do Sobraçaço
Aristides José da SilvaLeopoldina, Minas Gerais23 de janeiro de 1945Precária, Conjunto Montanhoso do Sobraçaço

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