Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira que vão deixar novamente a Unesco, a agência educacional, científica e cultural das Nações Unidas, citando o que consideram um viés anti-Israel da organização. A decisão, divulgada pelo governo, ocorre apenas dois anos após o país ter voltado a integrar o organismo — e sinaliza mais um movimento do governo de Donald Trump para cortar laços com organismos multilaterais.
Divulgada pelo Departamento de Estado, a medida deve entrar em vigor no fim de dezembro de 2026. A porta-voz da pasta, Tammy Bruce, disse em nota que a permanência americana na organização “não está [alinhada ao] interesse nacional” e acusou a Unesco de promover “causas sociais e culturais divisivas”, dando ênfase excessiva aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU — descritos por ela como “uma agenda ideológica globalista de desenvolvimento internacional”.
Bruce também afirmou que a retirada está ligada à percepção de que a Unesco promove “causas sociais e culturais divisivas”, destacando que a decisão da agência de admitir o Estado da Palestina como membro pleno é “altamente problemática, contrária à política dos EUA e contribuiu para a proliferação de retórica anti-Israel dentro da organização”. Esta será a terceira vez que os EUA deixam a Unesco, sendo a segunda durante uma administração Trump. O republicano já havia anunciado a saída do país da agência durante seu primeiro mandato (2017-2021), e os EUA só retornaram após cinco anos de ausência, quando o governo Biden apresentou novo pedido de reintegração em 2023.