Eike Batista está passando o chapéu para seu projeto da ‘super cana’ — um sonho antigo do empresário, que promete revolucionar o agronegócio com uma cana-de-açúcar capaz de produzir 3x mais etanol e 12x mais biomassa que a tradicional.
Eike anunciou hoje que fechou uma captação de US$ 500 milhões com o fundo de infraestrutura estruturado por Mário Garnero e que tem como investidor o ADIG (Abu Dhabi Investment Group), dos Emirados Árabes, e o próprio Garnero. Os recursos serão usados para a aquisição e operação do que Eike chama de o primeiro módulo do projeto da ‘super cana’: 70 mil hectares de terra, ao redor do Porto do Açu, onde a variedade será plantada. Quando estiver 100% operacional, este módulo terá capacidade de produzir 1 bilhão de litros de etanol por ano e 1 milhão de toneladas de biomassa.
Garnero – o banqueiro do Brasilinvest conhecido por seu trânsito internacional – avaliou o negócio em US$ 1,6 bilhão post money. Em troca da injeção de capital, o fundo vai ficar com 40% deste módulo. O interesse do fundo de Abu Dhabi tem a ver com a produção de SAF para a Emirates, a companhia aérea do reino. Um segundo módulo de produção inclui terras no Brasil e uma planta na Flórida que beneficiará a biomassa, e será financiado com o lançamento de um token que leva o nome do empresário: $EIKE.
“Fui pioneiro em 2006 com o IPO da MMX e seis outros IPOs. Dessa vez, vamos ser pioneiros no mundo com o initial coin offering (ICO) de um token lastreado em um ativo real e com uma escala enorme,” disse Eike. O objetivo é vender 100 milhões tokens $EIKE a US$ 1 cada, levantando US$ 100 milhões. A venda será feita principalmente para investidores nos EUA, e os detentores do token terão direito a receber 10% dos lucros futuros do projeto.
A ‘super cana’ não é exatamente um projeto novo. Foi desenvolvido há mais de 20 anos por dois brasileiros: o administrador Luis Carlos Rubio e o agrônomo Sizuo Matsuoka.