Dívida recorde de US$ 37 trilhões e juros anuais de US$ 1 trilhão, EUA à beira da falência

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Dívida dos EUA ultrapassa US$ 37 trilhões em 2025. Juros chegam a US$ 1 trilhão ao ano, maior gasto da história, e elevam risco fiscal global.

Os Estados Unidos atingiram em agosto de 2025 um marco sem precedentes: a dívida pública federal ultrapassou US$ 37 trilhões, segundo dados do Departamento do Tesouro. O número representa um aumento de mais de US$ 1 trilhão em apenas oito meses e coloca o país diante de seu maior desafio fiscal em décadas.

Ou seja, a ação iniciada por Trump de impor tarifas de até 50% aos países parceiros, se deve ao quadro fiscal instável que o país eneveredou. Trata-se do maior endividamento já registrado por qualquer nação na história moderna. A dívida americana, sozinha, equivale a quase 120% do PIB do país e supera o tamanho da economia da China e da União Europeia combinadas.

O peso dos juros: quase US$ 1 trilhão ao ano

Mais grave do que o tamanho absoluto da dívida é o custo para mantê-la. Com a taxa básica de juros americanos (Fed Funds Rate) em níveis historicamente elevados, o serviço da dívida já consome cifras bilionárias diariamente. Em 2025, os Estados Unidos gastam quase US$ 1 trilhão por ano apenas com pagamento de juros — mais do que o orçamento anual de defesa do país, que é da ordem de US$ 850 bilhões. Esse valor supera, por exemplo, o PIB anual de países como Suíça ou Arábia Saudita.

A cada segundo, o Tesouro americano desembolsa aproximadamente US$ 31 mil em juros, um ritmo que pressiona fortemente as contas públicas e limita a capacidade do governo de investir em programas sociais e infraestrutura.

Dívida pública dos EUA: um problema estrutural

Embora o crescimento da dívida tenha se acelerado nos últimos anos, o problema é estrutural. Desde os anos 1980, os Estados Unidos acumulam déficits fiscais recorrentes. Crises como a bolha das pontocom (2000), a crise financeira de 2008 e a pandemia da Covid-19 ampliaram ainda mais a trajetória de endividamento.

Entre 2020 e 2022, por exemplo, o governo federal adicionou mais de US$ 6 trilhões em gastos extraordinários para sustentar famílias e empresas durante a pandemia. Esse aumento elevou permanentemente a base da dívida, que nunca mais voltou aos patamares anteriores.

Comparações globais: quem deve mais?

Nenhum país do mundo acumula uma dívida tão grande em termos absolutos. Ainda assim, em termos relativos ao PIB, outras economias também enfrentam desafios:

  • Japão: dívida pública superior a 250% do PIB, embora majoritariamente doméstica.
  • Itália: cerca de 140% do PIB.
  • Brasil: aproximadamente 76% do PIB.
  • EUA: pouco menos de 120% do PIB.

A diferença é que os Estados Unidos têm a vantagem de emitir a principal moeda de reserva global, o dólar, o que lhes permite financiar déficits a custos mais baixos do que outros países. Mas até essa vantagem tem limites.

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