Como as ditaduras usam a palavra ‘democracia’ para justificar a tirania

Política

Autoridades de países como Venezuela, Nicarágua, Rússia e Brasil usam o termo para defender decisões nada democráticas.

Em regimes autoritários, a palavra “democracia” é frequentemente manipulada para encobrir práticas tirânicas, criando uma fachada de legitimidade. Na Venezuela, Nicolás Maduro sustenta que seu governo representa uma “democracia popular”, apesar de eleições marcadas por fraudes, repressão a opositores e controle estatal sobre instituições, como apontado por relatórios da ONU e da Organização dos Estados Americanos. Na Nicarágua, Daniel Ortega justifica sua ditadura como “governo do povo”, enquanto persegue a imprensa, a Igreja e adversários políticos, consolidando o poder por meio de reformas constitucionais que eliminam qualquer resquício de pluralismo. Esses regimes utilizam o termo “democracia” para desviar críticas internacionais, enquanto suprimem liberdades fundamentais, como a de expressão e associação.

Na Rússia, Vladimir Putin emprega a retórica de uma “democracia soberana” para justificar a centralização do poder e a repressão de dissidentes. Eleições controladas, censura à mídia e perseguição a opositores, como Alexei Navalny, são apresentados como medidas para proteger a estabilidade nacional contra supostas ameaças externas. A classificação da Freedom House, que dá à Rússia apenas 13 pontos em 100 no índice de liberdade, revela o caráter autoritário do regime, descrito como uma “autocracia eleitoral” pelo Instituto V-Dem. A estratégia de usar o termo “democracia” para encobrir a tirania é comum nesses países, onde líderes exploram a palavra para legitimar decisões que contrariam os princípios democráticos, como eleições livres e separação de poderes.

No Brasil é comum ouvir: “Ataque violento ao Estado Democrático de Direito”, que pode ser traduzido em pintar uma estátua com baton, carregar uma Bíblia ou vender pipoca… Democracia, um sistema de governo em que o poder reside no povo, que o exerce diretamente ou por meio de representantes eleitos. É caracterizada por eleições livres e justas, onde o sufrágio universal permite que todos os cidadãos participem da escolha de seus governantes. Além disso, a democracia protege direitos humanos fundamentais como a liberdade de expressão, de religião e o acesso à justiça. Isso vem rareando no Brasil.

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