Ceará perde mais de R$ 600 milhões com tarifas sobre o aço aplicadas por Trump

Ceará

O aço representou 37% das exportações do Ceará em 2024, totalizando US$ 545 milhões comercializados no exterior. Destes, pouco mais de 80%, representando US$ 438,2 milhões foram para os Estados Unidos. Assim, a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de taxar em 25% todas as importações de aço e de alumínio para o país deixa o mercado mundial e brasileiro em alerta. A medida também afetará e, em particular, as empresas cearenses.

De acordo com Eldair Melo, mestre em Economia e integrante do Conselho Regional de Economia Ceará (Corecon-CE), o impacto da medida do presidente norte-americano é a redução de 20% das exportações de aço do Ceará para os Estados Unidos.“Então, uma diminuição de 20% representaria uma perda de US$ 107 milhões (cerca de R$ 618 milhões com o dólar a R$ 5,78) em receitas para as empresas locais”, diz Melo, considerando o total de exportações de aço ocorrida em 2024.

“Em termos de arrecadação tributária, considerando uma alíquota média de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de 18%, o Estado deixaria de arrecadar aproximadamente US$ 19 milhões, cerca de R$ 111 milhões, considerando a taxa de câmbio de R$ 5,77”, pondera.

O economista ainda aponta um estudo do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece), no qual o Estado já estaria enfrentando desafios no comércio exterior.

“Inclusive, em 2024, houve redução da participação do Ceará nas exportações nacionais e da região Nordeste também”, comenta Melo, relatando uma queda de 35,4% nas exportações do aço cearense, comparando o período de 2023 e 2024.

“E essa tendência de queda nas exportações, especialmente de produtos metalúrgicos, pode se acentuar com o aumento da tributação do aço pelos Estados Unidos”.

Extraído do: Diário do Nordeste (Ceará)

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