Após conquistar o maior número de prefeituras no Ceará nas eleições de 2024, o PSB mergulhou em uma crise sem precedentes na história da sigla no Estado. Lideranças municipais e estaduais passaram a ser investigadas por envolvimento em esquemas que vão de fraudes em emendas parlamentares a alianças com facções criminosas, passando por compra de votos e ameaças a eleitores.
O desgaste atinge figuras estratégicas do partido e ameaça o projeto do grupo liderado pelo senador Cid Gomes (PSB) para 2026. Um desses planos inclui lançar o deputado federal Júnior Mano (PSB) ao Senado, contudo, o parlamentar é peça central em uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre desvio de recursos públicos.
Enquanto as apurações avançam e denúncias contra integrantes da sigla aumentam, a cúpula do PSB Ceará adota o silêncio e evita tomar decisões sobre o futuro de seus filiados acusados de integrar esquemas criminosos.
Caso Júnior Mano e Bebeto Queiroz
Uma das frentes da crise no PSB ganhou novo impulso na última terça-feira (8), quando Junior Mano foi alvo da Operação Underhand, da PF. Os agentes federais apuram sobre supostas fraudes no uso de emendas parlamentares e na realização de processos licitatórios.
Segundo os investigadores, “a atuação do parlamentar extrapola a esfera meramente política, configurando-se como operador ativo da engrenagem criminosa”. Essas denúncias envolvem ainda o prefeito eleito e foragido de Choró, Bebeto Queiroz, outro quadro do PSB.
A PF aponta que Junior Mano teria “papel central” na destinação de emendas a serem desviadas, enquanto Bebeto comandaria a rede criminosa que operava por meio de ameaças a adversários e ofertas de “vantagens materiais e financeiras a eleitores em troca de votos”.