Câmbio e demanda externa aquecem mercado da soja

Desenvolvimento

O relatório de abril do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) trouxe apenas ajustes pontuais nos números globais de oferta e demanda de soja. Na China, os estoques, que haviam atingido o menor nível em três anos, voltaram a crescer nas últimas semanas e devem seguir em alta até o fim do terceiro trimestre. A valorização do prêmio e a alta do dólar impulsionaram as vendas no Brasil, com avanço significativo na comercialização. A combinação da demanda firme e da necessidade de quitar custos de produção, como insumos, tem levado produtores a aproveitarem as oportunidades de mercado, em meio a juros altos e crédito mais restrito.

Na atualização mais recente, o USDA elevou em um milhão de toneladas o estoque final global de soja, agora estimado em 122 milhões de toneladas. Para os Estados Unidos, a previsão de exportações foi mantida em 49,7 milhões de toneladas, enquanto o estoque final foi levemente reduzido, de 10,3 para 10,2 milhões de toneladas.

As projeções para Brasil e Argentina seguem inalteradas, com produções estimadas em 169 e 49 milhões de toneladas, respectivamente. O consumo doméstico brasileiro, no entanto, foi ajustado para cima, passando para 61,1 milhões de toneladas, com aumento do esmagamento para 57 milhões de toneladas.

Os embarques do Brasil começaram a chegar com mais intensidade na China, elevando os estoques nos portos e nas fábricas. Com margens de esmagamento positivas e um lineup robusto para abril, espera-se que os volumes embarcados sigam elevados também em maio e junho.

A estratégia chinesa é maximizar as compras do Brasil no primeiro semestre, reduzindo a dependência da soja americana na segunda metade do ano. A expectativa é de que os estoques chineses atinjam o pico em setembro, antes do início da temporada de exportação dos Estados Unidos.

Com nova rodada de vencimentos financeiros em maio e o bom desempenho esperado para o milho segunda safra, o ritmo de vendas de soja no Brasil deve se manter firme nas próximas semanas.

Fonte: Consultoria Agro Itaú BBA

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