O embaixador Roberto Azevêdo, ex-diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), afirmou nesta sexta-feira (4) que o Brasil “saiu em vantagem” após o anúncio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da taxação à mercadoria de diversos países.
A medida foi divulgada por Trump na quarta (2). As tarifas vão de 10% (aplicadas ao Brasil e a outros 20 países) a até 49% (destinadas ao Cambodja). O anúncio provocou reação de diversas nações e da economia global.
“Como o Brasil foi selecionado para receber uma tarifa adicional de 10% apenas, ele sai em vantagem em comparação com outros fornecedores que coloquem produtos que estejam competindo com o produto brasileiro no mercado americano. Ali dentro do mercado americano nós perdemos competitividade com relação ao produto fabricado nos Estados Unidos, mas ganhamos competitividade ou mantivemos com relação aos outros fornecedores. Mundo afora muda muito, vai depender das medidas de retaliação que outros países adotem”, ponderou ele.
A China foi o primeiro país a anunciar retaliação aos Estados Unidos. O governo de Xi Jinping comunicou nesta sexta que aplicaria tarifas de 34% ao mercado americano, mesmo valor em que foi taxado por Trump. O embate entre os dois países resultou na disparada do dólar e no derretimento da bolsa de valores de diversas nações, incluindo a brasileira.