Quem questionava o compromisso do diretor de Política Monetária e presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, com o combate à inflação e com a ancoragem das expectativas para Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos próximos anos não terá mais argumentos para defender essa tese.
A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que levou os juros na última reunião para 12,50%, contratou uma Selic de 14,50% em março com a sinalização clara de que o colegiado elevará a taxa na mesma magnitude nas duas próximas reuniões. Parte do mercado torcia o nariz para o fato de o futuro presidente da autarquia ter fortes ligações com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e por ter sido consultado pelo presidente Lula. O temor é de que ele não faria o necessário — subir os juros — para conter a deterioração das expectativas.
No comunicado após a reunião do Copom, os diretores do BC afirmaram que têm acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros.