Novos documentos da Vaza Toga revelam como o gabinete paralelo do ministro Moraes forjou relatórios, censurou veículos de imprensa, bloqueou plataformas digitais e preparou terreno para condenar o ex-presidente Bolsonaro. O relatório interno teria sido solicitado pelo juiz Airton Vieira, assessor direto de Moraes no STF, ao então chefe da Unidade de Combate à Desinformação do TSE, Eduardo Tagliaferro, para providenciar a retirada da plataforma do ar. A denuncia partiu de um áudio vazado do ex-assessor.
A conversa entre os assessores sugere que se buscava replicar a estratégia usada no caso do Telegram: “Vamos ter que fazer igual o Telegram, derrubar geral. Aí eles mudam as coisas”. Tagliaferro comentou que “nela [no Gettr] tem muita gente se escondendo porque não há impunidade” e enviou um relatório justificando a medida, ao qual Airton reagiu positivamente e ironizou sobre representação no Brasil.
Além disso, Tagliaferro relatou informalmente que Moraes teria se manifestado favoravelmente à ideia: “ontem à noite, ele falou que bloqueia mesmo kkk”. Posteriormente, em 7 de outubro, o assessor informou que a própria Gettr comunicou ter recebido ordem do STF para bloqueio dos perfis da juíza Ludmila Lins Grillo e do jornalista Allan dos Santos, gerando risos irônicos no grupo. Ou seja, muito mais do que um processo sério, denotam-se ares sarcásticos no decorrer das decisões.