Acelen Renováveis inicia plantio de macaúba na Bahia

Desenvolvimento

A Acelen Renováveis deu início ao plantio da palmeira macaúba no município de Cachoeira, no Recôncavo Baiano, como parte de seu projeto de produção de combustíveis sustentáveis de aviação (SAF) e diesel renovável (HVO). A iniciativa marca um passo importante rumo à consolidação do Nordeste como referência nacional em bioenergia, sustentabilidade e inovação tecnológica no setor de combustíveis.

A princípio, a plantação está concentrada na fazenda-modelo Campinas, onde serão cultivados inicialmente 200 hectares da palmeira nativa. A meta é alcançar 1.500 hectares na região, com o plantio de mais de 800 mil mudas.

Macaúba: a palmeira do futuro energético

Rica em óleo com alto poder energético, a macaúba vem sendo apontada como uma das culturas mais promissoras para a transição energética. De acordo com a Acelen, a planta pode ser até 10 vezes mais produtiva por hectare do que a soja, tradicionalmente utilizada na produção de biocombustíveis.

Segundo o COO da Acelen Renováveis, Marcelo Cordaro, a escolha de Cachoeira se deu pelas condições agronômicas favoráveis, pela segurança jurídica da Bahia e pela proximidade com São Francisco do Conde, onde será instalada uma biorrefinaria capaz de produzir 1 bilhão de litros de combustível renovável por ano.

Produção em fases: óleo vegetal em 2027 e macaúba a partir de 2030

O cronograma da Acelen prevê a produção de SAF e HVO a partir de óleos vegetais e gorduras animais não comestíveis já em 2027. A produção baseada exclusivamente no óleo extraído da macaúba está projetada para 2030.

Além disso, em fevereiro deste ano, a empresa anunciou o primeiro fluxo contínuo de extração de óleo de macaúba em escala industrial no Acelen Agripark, centro de inovação da empresa localizado em Montes Claros (MG).

Impacto econômico e ambiental para o Nordeste

A chegada do projeto representa um avanço significativo na economia verde do Nordeste, com geração de cerca de 200 empregos diretos somente na fazenda-modelo. No médio e longo prazo, a expectativa é atrair investimentos e tecnologias voltadas à cadeia produtiva de energias limpas.

Assim, os biocombustíveis gerados pela Acelen Renováveis serão do tipo drop-in, ou seja, compatíveis com motores atuais sem necessidade de adaptação. Eles têm potencial de reduzir em até 80% as emissões de carbono, contribuindo diretamente para as metas de descarbonização do Brasil e do setor de transportes.

Panorama do Projeto de Biocombustíveis da Acelen Renováveis

ItemDetalhes
Local do plantio inicialFazenda Campinas, Cachoeira (BA)
Área cultivada em 2024200 hectares
Meta total de cultivo1.500 hectares e 800 mil mudas
Fase 1 (produção com óleos e gorduras)Início previsto: 2027
Fase 2 (produção com macaúba)Início previsto: 2030
Tipo de biocombustívelSAF (combustível de aviação) e HVO (diesel renovável)
Produção esperada1 bilhão de litros/ano (biorrefinaria em São Francisco do Conde)
Empregos diretos na fazendaCerca de 200
Tipo de combustívelDrop-in (não exige alterações em motores)
Redução de emissões esperadaAté 80%
Comparação com a soja10x mais produtiva por hectare

O Nordeste como protagonista da bioenergia

A instalação do projeto da Acelen em território baiano reforça a posição do Nordeste como polo emergente na produção de energia limpa. Afinal, Estados como Bahia, Pernambuco, Piauí e Maranhão já desenvolvem cadeias produtivas associadas à energia eólica, solar e agora também renováveis líquidos, como o SAF e o HVO.

Foi feita uma proposta para a Acelen de prospecção de áreas no Ceará e Piauí, através do Ipas – Instituto de Pesquisas e Ações Sociais sediado em Teresina. A proposta visa alavancar terras onde a macaúba nativa já se desenvolve. Como estratégia logística, consta na proposta original do Ipas, o povoamento de áreas nas margens da transnordestina entre Eliseu Martins e Salgueiro e Pecém.

A proposta foi elaborada por Jorge Machado (Piauí) e Américo Picanço (Ceará).

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