Uma rede de espionagem russa operou no Brasil desde os anos 1980 com apoio de diplomatas, usando documentos falsos para criar identidades brasileiras e infiltrar agentes em outros países, segundo depoimento exclusivo obtido pelo Fantástico e reportagem do The New York Times. O esquema, que envolveu falsificação de certidões de nascimento e passaportes, permitiu que espiões da antiga KGB e depois do serviço secreto russo atuassem disfarçados.
Um dos agentes, Sergey Cherkasov, também conhecido como Victor Miller Ferreira, foi preso no Brasil em 2023 após tentar ingressar no Tribunal Penal Internacional de Haia com identidade falsa.
Em vídeo gravado na Polícia Federal (PF), uma testemunha que prestou serviços ao Consulado Russo no Rio de Janeiro por 13 anos relatou que diplomatas participaram ativamente do esquema.
O depoimento, acompanhado por agentes do FBI, a polícia federal americana, promotores e um representante da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN), detalhou remessas de dinheiro para Cherkasov na Irlanda, incluindo uma de R$ 40 mil.