Sabe aquele camarada que vende o almoço para pagar o jantar? Ou aquela empresa que toma empréstimo de um banco para pagar outro, e assim vai, virando uma bola de neve? Pois é: infelizmente, o estado do Piauí chegou exatamente a esse ponto.
O governador enviou uma mensagem para a Assembleia Legislativa solicitando autorização para um novo empréstimo no valor de R$ 5,8 bilhões. Segundo o próprio governo, o objetivo é pagar dívidas já contraídas.
Vale lembrar que o estado do Piauí possui atualmente 13 empréstimos ativos, sendo que sete deles foram contratados já durante o atual governo, de Rafael Fonteles.
Na justificativa, o governo alega que este novo empréstimo possui uma condição de juros melhor. No entanto, isso não é verdade: a taxa de juros proposta pelo Banco do Brasil é de CDI + 1,2%. Com a atual Selic em alta, essa não é mais uma taxa de juros considerada vantajosa, como poderia ter sido no passado.
Além disso, o prazo de pagamento é de 25 anos. Qualquer pessoa que já financiou um carro ou um imóvel sabe: quanto maior o prazo, maior o valor total pago ao final do contrato.
É importante combinarmos de falar a verdade.
O que podemos esperar de um gestor que, na sua própria empresa – um colégio particular – acumula uma dívida superior a R$ 100 milhões em impostos, FGTS, INSS e dívidas trabalhistas? Se um cidadão não consegue controlar as finanças daquilo que é seu, dificilmente terá responsabilidade ao lidar com os recursos públicos do estado.
Infelizmente, essa é a realidade que estamos vivendo no Piauí.