O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta segunda-feira (24), véspera do julgamento marcado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que apenas ele seria alvo da Suprema Corte, que analisará, na terça-feira (25), a ação que pode tornar o ex-mandatário da República réu por tentativa de golpe.
A declaração foi feita nesta segunda-feira (24) durante entrevista ao podcast Inteligência Ltda. Na ocasião, o ex-presidente voltou a questionar a delação premiada de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, alegando que sua defesa ainda não teve acesso integral às gravações dos depoimentos. Bolsonaro sustentou que Cid estaria sendo pressionado e mencionou que, em sua última oitiva, o Ministério Público chegou a cogitar anular a delação e prendê-lo.
“ Na última vez que o Cid foi depor, o Ministério Público foi pronto para anular a delação e até prender o Cid. Mas se prender ele, não teriam, já não tem no momento, menos materialidade ainda de chegar até mim. Eles querem só eu “, declarou Bolsonaro. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) analisa, nesta terça-feira (25) a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que pode tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete aliados. Eles são acusados de envolvimento em uma suposta tentativa de anular as eleições de 2022. Às vésperas do julgamento, Bolsonaro afirmou que não se preocupa com as acusações.
Durante a entrevista, o ex-presidente também citou o caso de Débora Rodrigues dos Santos, mulher acusada de pichar “Perdeu, mané” na estátua da Justiça durante os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Segundo Bolsonaro, o STF quer condená-la a 14 anos de prisão para justificar uma pena de 30 anos contra ele.