As negociações entre Honda e Nissan vieram a ser observadas pela imprensa mundial em dezembro, quando ambas as empresas anunciaram que estudavam a fusão para se tornarem competitivas em um mercado com cada vez mais marcas chinesas e veículos elétricos. O planejamento era que o negócio fosse concluído até 2026, gerando o terceiro maior grupo do setor, atrás apenas de Toyota e Volkswagen.
No entanto, agora pela manhã (quinta-feira 13.02), Honda e Nissan disseram que vão continuar colaborando para o desenvolvimento de softwares e carros elétricos, mas de maneira separada. Algo nos moldes do que a Ford e a Volksvagen fazem em relação ao desenvolvimento de eletrificados.
Essa seria a maior fusão da indústria desde a criação da Stellantis, em 2021. Na época, houve a junção da Fiat Chrysler com a PSA Group, responsável por marcas como Citroën e Peugeot. Apesar do tamanho do grupo após o fim das negociações, as finanças da empresa passam por dificuldades desde então.
De acordo com o The New York Times, esse é um exemplo de como esse tipo de fusão pode ser complicada. Não necessariamente criar um grupo maior vai facilitar o desenvolvimento de veículos mais modernos. As principais concorrentes do setor de elétricos são justamente a Tesla e a BYD, que não fazem parte de grandes grupos automotivos.
Além disso, a Nissan vem passando por uma reestruturação após uma queda brusca nos lucros, o que, segundo o jornal americano, gerou preocupações nos acionistas da Honda, que tiveram receio em assumir as dívidas da rival. No fim das contas, a Honda descartou a fusão e ofereceu uma opção de comprar a Nissan. A oferta foi descartada e as empresas acabaram cancelando o negócio após mais de 8 semanas de negociações.