A entrevista recente do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, à rádio Cidade, de Caruaru (PE), reforça uma postura que tem marcado o governo Lula: atribuir os problemas atuais, do preço dos combustíveis à inflação, à gestão anterior (Bolsonaro). Essa tática pode ter funcionado no primeiro ano de governo, quando heranças econômicas ainda estavam frescas na memória do eleitor. Contudo, ao entrar no segundo ano de mandato, essa narrativa soa como desculpa para falta de resultados concretos e desvia o foco da responsabilidade que cabe à atual administração.
A “Culpa da Privatização”: Uma Análise Rasa
Haddad afirmou que a privatização de refinarias e ativos da Petrobras na gestão Bolsonaro, seria uma das razões para os combustíveis estarem tão caros. Essa explicação é, no mínimo, superficial. O mercado de combustíveis no Brasil, como em qualquer economia globalizada, é influenciado majoritariamente pelo preço do petróleo e pela cotação do dólar. Não há evidências sólidas de que a venda de ativos tenha piorado estruturalmente o mercado.
