A Microsoft firmou um acordo para comprar a energia gerada de um dos reatores da usina de Three Mile Island, localizada no estado americano da Pensilvânia. A big tech usará a energia para as atividades de inteligência artificial. A usina reativará o reator para uso exclusivo da Microsoft, mas ele só deve voltar a funcionar em 2028.
Segundo a Constellation, empresa dona da Usina Three Miles Island, o reator é capaz de gerar 837 MWh por mês — o suficiente para mais 800 mil casas com um consumo médio de energia.
Para comparação, a usina nuclear Angra 1 tem um recorde de 485 MWh, enquanto Angra 2 (um reator mais potente) chegou à marca de 1.015 MWh no último mês de julho. Enquanto essas usinas atendem a rede nacional, o reator de Three Mile Island será praticamente exclusivo para a Microsoft.
A Three Miles Island-1 (foto), unidade da usina que fornecerá energia para a Microsoft, foi desativada em 2019 por motivos econômicos. Agora, o grande investimento da big tech em IA muda o cenário e os planos da Constellation.
Além de almejar melhorar os seus serviços de inteligência artificial, a Microsoft também tem planos de tornar toda a sua operação de data center carbono zero até 2025. Porém, essa meta não deve ser cumprida até o próximo ano, visto que o reator da TMI-1 só retornará à operação em 2028 — e os investimentos em IA nos últimos anos aumentaram a produção de gases do efeito estufa da companhia.
O acordo também mostra o gigantesco gasto energético das big techs para o desenvolvimento de inteligências artificiais. O alto consumo dessa tecnologia é um dos desafios da sua evolução. Recentemente, um estudo da Universidade da Califórnia estimou que meio litro de água é gasto para criar um email de 100 palavras com o LLM GPT-4.