Há 413 anos, atracava em uma ilha na região nordeste do Brasil o explorador francês Daniel de La Touche, o Senhor de La Ravardière. Em companhia de homens armados e frades capuchinhos, da ordem Franciscana, logo se deparou com uma terra propícia para viabilizar a ocupação francesa da América Portuguesa, em um período marcado pelo desejo das coroas europeias de prospectarem metais preciosos e especiarias, sob o pretexto de missão civilizatória e religiosa.
O clima na América do Sul no século XVI e XVII era de tensão. Enquanto Portugal deixava para trás o sistema de feitorias e desenvolvia as capitanias hereditárias – meio para ocupar um grande espaço com o mínimo de recursos, com projeções geracionais –, a fim de contornar os danos causados pelo declínio da rota de especiarias do Oriente, França e Holanda também se interessavam pela terra “recém-descoberta” de proporções continentais e que poderia gerar imensurável riqueza para os cofres reais.