Vulcão na Indonésia exibe rara “lava azul” e lago de ácido

Fé X Ciência

O complexo vulcânico Kawah Ijen, no leste de Java, na Indonésia, atrai visitantes do mundo todo por um fenômeno natural pouco comum: a chamada “lava azul”. O efeito é resultado da queima de gás sulfúrico, que, em contato com o oxigênio e exposto a temperaturas acima de 600 °C, produz chamas de cor intensa.

Apesar do apelido, a lava em si não é azul. O tom vem da combustão das emissões de enxofre, visível principalmente à noite, criando um espetáculo luminoso que lembra a chama de uma bebida alcoólica incendiada. O local faz parte da Ijen Biosphere Reserve, reconhecida pela Unesco, e combina atividade geológica intensa com paisagens de aparência quase irreal.

Lago ácido e geologia singular

O cratera principal do Kawah Ijen abriga um lago de água turquesa com pH tão baixo quanto 0,5 — acidez comparável à de ácido de bateria. Essa característica é resultado da interação entre a água e minerais presentes nas rochas vulcânicas, incluindo ácidos sulfúrico e clorídrico.

A formação do lago está ligada ao colapso de uma câmara magmática após uma grande erupção. A posição do complexo, próximo ao encontro das placas tectônicas de Sunda e da Austrália, favorece a formação de magma e mantém o sistema hidrotermal ativo.

Trabalho perigoso e “ouro do diabo”

Além do turismo, o vulcão sustenta a extração de enxofre sólido, conhecido localmente como “ouro do diabo”. Mineradores direcionam os gases sulfúricos para tubulações, onde se resfriam e condensam, formando blocos amarelos que são quebrados e carregados manualmente até pontos de coleta.

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