Se a exportação para os EUA diminuir por causa do tarifaço, quer dizer que vai sobrar carne no Brasil e os preços vão baixar, certo? Errado.
Pode até acontecer uma redução por pouco tempo, mas a tendência de alta no preço da carne deverá predominar por várias razões. Os empresários do setor têm verdadeiro horror a seus cointerrâneos.
A oferta do produto no Brasil deve cair nos próximos meses, pelos seguintes motivos:
- Segundo economistas entendidos no assunto independente do tarifaço, já estava previsto que a indústria fosse abater menos bois neste 2º semestre, para priorizar a reprodução de fêmeas.
- Com a sobretaxa nas vendas para os EUA (segundo maior mercado da carne brasileira no exterior), esse movimento será reforçado, e mais animais serão segurados no pasto.
- Enquanto a oferta será menor, a procura dos brasileiros pela carne permanecerá a mesma. Assim, os preços devem seguir uma tendência de alta.
- Num médio prazo, os exportadores também poderão conquistar novos mercados para o gado que ficou no pasto, substituindo os EUA por compradores de outros países. Ou seja, a tal da picanha nem com a ajuda do Trump.
