Sobreviventes do holocausto apelam a Lula que pare com antissemitismo

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Vítimas que resistiram ao nazismo sendo acolhidas no Brasil alertam que presidente não deve banalizar ou incentivar ódio mortal aos judeus

Sobreviventes do genocídio a judeus apelaram para que o presidente Lula (PT) pare de incentivar a praga do antissemitismo no Brasil. Em vídeos publicados nesta sexta-feira (1º), vítimas que resistiram ao nazismo sendo acolhidas em território brasileiro alertam que o chefe do governo brasileiro não deve banalizar o passado de um ódio mortal aos judeus, que não pode ser esquecido.

Depoimentos nas redes sociais de entidades que combatem a desinformação sobre o antissemitismo, sobreviventes ressaltam que o Brasil é a casa de muitos sobreviventes do Holocausto, que encontraram no país um refúgio em meio aos horrores da 2ª Guerra Mundial, enquanto judeus eram exterminados sob o nazismo de Adolf Hitler. E criticam falas do petista contra a reação de Israel aos ataques de terroristas do Hamas, aliadas à decisão do presidente de retirar o Brasil da Aliança Internacional de Memória do Holocausto (IHRA), em 18 de julho.

“Eu senti na pele, na minha pele, o que é antissemitismo. Após a guerra, eu precisava de um país onde não tivesse ódio aos judeus. Esse país foi o Brasil. Eu tenho filhos, netos e bisnetos brasileiros. Quando vejo o senhor incentivando esta praga que é o antissemitismo, fico triste e muito preocupada. Eu sei que os brasileiros e as brasileiras não pensam como o senhor. Por favor, pare com isso!”, apelou Ariella Pardo Segre, que nasceu na Itália e está viva graças a uma fuga dramática pelos alpes suíços.

O conflito entre Israel (Estado judeu) e o grupo islamita Hamas, na Faixa de Gaza, é pano de fundo para falas de Lula contra o que chama de “genocídio” israelense ao povo palestino. A guerra foi iniciada em 7 de outubro de 2023, quando a invasão terrorista do Hamas a Israel matou 1,4 mil israelenses. A reação do governo de Benjamin Netanyahu dura até hoje. E foi mal comparada por Lula, em fevereiro do ano passado, ao Holocausto de 6 milhões de judeus pelo nazismo de Adolf Hitler, por acumular dezenas de milhares de mortos na Palestina.

Mal a brasileiros

Nas publicações, as entidades destacam que a reação à postura de Lula não é sobre política. Mas um alerta de que somente o conhecimento pode transformar a memória em ação contra o ódio.

“É um alerta de quem viveu o pior e sobreviveu para lembrar ao mundo até onde a intolerância pode nos levar. A saída do Brasil da IHRA enfraquece a defesa da memória contra o ódio”, destacam as entidades que divulgaram os depoimentos.

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