Após aplicar tarifas de 50% e fazer ameaças contra o Pix, o governo dos Estados Unidos anunciou sanções ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. No entanto, as ações da Casa Branca contra o Brasil podem não ter terminado. Uma das possibilidades cogitadas é bloquear o uso de satélites e interromper o sistema GPS em território brasileiro. Mas será que Donald Trump poderia realmente bloquear todo o sistema de geolocalização de um país?
Sistema GPS é amplamente utilizado no mundo
- A tecnologia está presente em celulares, carros, aeronaves, embarcações e sistemas de monitoramento, como tornozeleiras eletrônicas, e é considerada essencial para áreas como navegação, cartografia e monitoramento ambiental.
- Criado pelo Departamento de Defesa dos EUA no final do século XX, o sistema foi desenvolvido originalmente com fins militares, como o direcionamento de mísseis, localização de tropas e execução de manobras táticas.
- Nos anos 1990, no entanto, a ferramenta passou a ser amplamente aplicada para usos civis.
- Atualmente, o sistema conta com dezenas de satélites distribuídos em seis planos orbitais ao redor da Terra.
- Através de uma triangulação dos dados, é possível identificar a localização de forma precisa.
- Existem sistemas alternativos
Em entrevista à BBC, Eduardo Tude, especialista nas áreas de Redes Ópticas, Sistemas Celulares e Comunicações por Satélite diz que é improvável cortar o sinal do GPS somente para um país ou território. Segundo ele, essa medida acabaria afetando também regiões vizinhas. Por isso, acredita que a Casa Branca não esteja realmente cogitando uma ação do tipo.
Esses satélites ficam transmitindo continuamente um sinal para todo mundo. E o dispositivo que temos em Terra, pega o sinal desses satélites e calcula sua posição. É muito difícil bloquear isso para um país porque o sistema transmite para todo mundo, quem quiser pegar aquele sinal. Se os EUA resolvessem fazer isso, ele teria que mexer, primeiro, na forma como é transmitido esse sinal. Em termos práticos, seria praticamente inviável fazer isso, ainda mais no curto prazo.