O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os países do Brics e as nações que se aproximarem das políticas do grupo serão afetados com tarifas extras de 10%. Essa decisão foi tomada após o líder norte-americano monitorar, de perto, a última cúpula do bloco de economias emergentes, visto por ele como ameaça aos EUA. Mesmo afirmando que o Brics não é uma “ameaça séria”, Trump voltou a acusar o bloco – composto por Brasil, Rússia, China, Índia e outros – de tentar prejudicar os interesses dos Estados Unidos ao anunciar a taxação.
“Eles têm que pagar 10% se estiverem no Brics, porque o Brics foi criado para nos prejudicar. O Brics foi criado para desvalorizar o nosso dólar. Tudo bem se eles quiserem jogar esse jogo, mas eu também posso jogar”, disse Trump ao anunciar a medida.

Crescimento do Brics
No primeiro mandato de Trump como presidente dos EUA, entre 2017 e 2021, o Brics já existia há quase 10 anos. Na época, o bloco, que foi criado em 2009, tinha apenas cinco membros: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O grupo não chegou a ser alvo de ataques do presidente norte-americano, no primeiro mandato, ainda que confrontos com países do Brics, como China e Rússia, tenham acontecido. Um cenário diferente, no entanto, se desenha no segundo mandato de Trump à frente da Casa Branca.
Entre 2023 e 2025, o Brics se expandiu e, agora, conta com 11 países-membros, incluindo aliados dos EUA: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Irã, Etiópia e Indonésia. Além disso, Nigéria, Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Tailândia, Uganda e Uzbequistão participam na condição de parceiros.
Analistas indicam que a união desses países, os apelos por uma reformulação na governança global e fatores como a rivalidade entre EUA, Rússia e China fizeram com que Trump voltasse os olhos para os Brics. Além disso estes 20 países representam quase 50% da população mundial, assim como 48% da economia.